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São Paulo – Você não deve ser nenhum Machado de Assis para recolher dez na redação exigida num concurso público. É o que garante Diogo Arrais, professor de português do Damásio Educacional. “Não se trata de um concurso literário”, diz ele, “basta que você saiba redigir um texto claro, tateável e adequado à norma culta”.

Segundo o professor, surgir a essa fórmula depende apenas de treino. Quem mostra que leu a proposta da redação com atenção tem mais chances de ser bem avaliado, segundo Verônica Ferreira, professora do web site Questões de Concursos. Por melhor que seja o seu texto, ele duvidosamente terá uma interessante nota se bater em retirada do tema original. Um ponto cobrado por qualquer banca é o domínio da norma padrão da língua. Segundo Camila Faro, professora de redação do Universo do Concurso Público, é muito penoso possuir uma interessante nota se você não mostra domínio de temas gramaticais como regência e concordância, como por exemplo.

Uma redação enxuta, com períodos curtos, tende a ser mais clara e simples de ler, segundo Alexandre Luz, professor do curso Ênfase. A concisão ajuda a receber a aprovação do corretor. Outro pré-requisito é respeitar o número determinado de linhas. Segundo a professora Camila, um bom texto traz fundamentos bem costurados entre si. O uso certo de conectivos – expressões que ligam as orações, como “isto é”, “embora” e “até mesmo” – é um dos recursos que ajudam a amarrar as ideias da redação.

Na hora de emitir julgamentos, o perfeito é impedir exageros ou simplificações. “Em vez de uma frase como ‘Os políticos recebem propina’, é melhor publicar ‘Grande cota dos políticos recebe propina’”, diz o professor Alexandre. Outro ponto forte é a precaução. “Não é o caso de quem tem um discurso inflamado, característico das redes sociais”, diz Alexandre.

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Frases feitas não incluem nenhuma dado ao texto, e costumam atravessar longínquo das redações que mais impressionam os corretores. “Um dos principais diferenciais de um candidato é a originalidade que ele apresenta na escrita”, declara a professora Verônica. Ir bem na redação não depende só das suas competências linguísticas, todavia assim como do domínio de conceitos, autores e bibliografia da tua área profissional. “Logo de cara, um bom texto prontamente traz nomes, números e dicas técnicas que mostram que o aluno conhece bem a tua profissão”, diz Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional. Não há nada de incorreto com o otimismo, todavia ninguém ganha pontos com utopias.

Não oferece para digitar frases como “Para cessar com a selvajaria, é preciso…”, de acordo com o professor Alexandre. Será que é mesmo possível encerrar com a ferocidade? Segundo ele, soa mais plausível algo como “Para restringir os índices de hostilidade, é preciso…”. Um ótimo desfecho assim como conta pontos em prol do candidato. “O sublime é no momento em que o autor traz uma saída para o problema mostrado, de forma a ponderar sua tristeza com a dignidade humana”, comenta o professor Diogo.